Inclusão é um termo que tem sido usado predominantemente como
sinônimo para integração de alunos com deficiência no ensino regular denotando,
desta forma a perpetuação da vinculação deste conceito com a educação especial.
Contudo, mesmo com muitas controvérsias quanto ao seu significado, já existem
alguns pressupostos consensuais que estão subjacentes à sua definição.
Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusão
não se refere somente às crianças com deficiência e sim a todas as
crianças, jovens e adultos que sofrem qualquer tipo de exclusão educacional, seja
dentro das escolas e salas de aula quando não encontram oportunidades para
participar de todas as atividades escolares, quando são expulsos e suspensos,
por razões muitas vezes obscuras, quando não têm acesso à escolarização e
permanecem fora das escolas, como é o caso de muitos brasileiros e de muitas crianças
africanas.
Há um consenso que inclusão implica em celebrar a
diversidade humana e as diferenças individuais como recursos existentes nas
escolas e que devem servir ao currículo escolar para contribuir na formação da
cidadania. Diversidade e diferenças constituem uma riqueza de recursos para a
aprendizagem na sala de aula, na escola e na vida. As pessoas concordam que
inclusão, necessariamente, pressupõe a formação contínua de professores para
usarem estratégias de ensino mais diversificadas e mais dinâmicas, ou seja,
mais compatíveis às crianças do novo século: estratégias estas que oportunizem as
crianças terem vozes e serem ouvidas e onde suas experiências de vida e riqueza
pessoal, assim como suas necessidades e carências, não sejam ignoradas e
negligenciadas pelo professor ou pela escola, mas seja parte integrante da vida
escolar.
Uma metodologia de ensino inclusiva deve ser capaz de
garantir que o aluno se sinta motivado para frequentar à escola e participar
das atividades na sala de aula, deve possuir qualidade curricular e
metodológica, deve identificar barreiras à aprendizagem e planejar formas de
removê-las para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de
aprendizagem. Assim, não podemos pensar em inclusão sem atingirmos o âmago dos
processos exclusionários tão inerente à vida em sociedade.
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